A mulher que comia dedos
Elementos da narrativa:
Narrador em 1° pessoa do singular.
Homodiegético, segundo Genett, porque a narradora faz parte da história, mas não é protagonista.
Segundo o foco narrativo de Friedman, o narrador é onisciente seletivo porque tem onisciência apenas em relação a uma personagem da história, que no caso trata-se da protagonista.
Tempo da narrativa é linear.
Verossimilhança é interna porque foge muito da realidade em que vivemos.
Trata-se de um enredo claro.
O espaço da narrativa se passa dentro da casa/apartamento da protagonista.
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Proposta de interpretação:
A primeira coisa que me veio à cabeça no final da leitura do conto é que isto poderia servir de lição para as pessoas que tem o hábito de roer as unhas, incentivando a parar com isso, mas lógico que o conto vai muito além disso.
A historia começa sendo narrada por uma pessoa que está dentro da narrativa, mas não é a protagonista, e sim uma das amigas dela. A narradora começa citando um ato simples: “como todas nós: a roer unhas” e no final algo que parece ser tão trivial toma proporções catastróficas. O conto nos leva a refletir e observar mais as “nossas fraquezas”, “para umas a tolerância é menor. Fica fácil perder o controle de tudo”. Essa afirmação destacada se encaixa perfeitamente em qualquer situação quotidiana, algo que aparentemente parece ser insignificante e inofensivo pode se tornar num vicio extremamente nocivo e fatal. Chama muito atenção também que isso pode ser desencadeado por motivos que nem imaginamos, como no caso da protagonista, ela começou a perder o controle quando estava assistindo um filme. Quantas vezes nos permitimos entrar em desespero em situações de pressão externa e estresse em que o nosso "cano de escape” é canalizado de forma negativa em vícios prejudiciais à nós mesmos.