A mulher na política

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Entre o final do século XIX e o início do século XX, publicações começaram a conceber um novo papel feminino na sociedade brasileira em defesa da emancipação das mulheres, questionando o envolvimento adequado para elas na nova estrutura social. No entanto, durante a elaboração da primeira constituição republicana brasileira, em 1891, o sufrágio feminino foi vetado. Os deputados favoráveis ao veto – que não eram unânimidade – argumentaram que a inferioridade feminina era algo “natural”. O Deputado Barbosa Lima chegou a dizer que "a participação da mulher na vida pública abalaria os alicerces da família." (Machado Neto, 2000: 6).
A ideia do voto feminino não foi abandonada, dando início ao movimento sufragista. Em 1910, Linlinda Daltro e Gilka Machado fundaram o Partido Republicano Feminino, mesmo que nenhuma delas pudesse ser eleita ou mesmo votar. Sua intenção era mobilizar a sociedade em prol dos direitos políticos das mulheres. Em 1922, Bertha Lutz, que era formada em Biologia e Direito, fundou a Federação Brasileira Para o Progresso Feminino (F.B.P.F.), tendo como centro de sua luta sempre os direitos políticos das mulheres, principalmente o sufrágio feminino. A Federação era formada, em sua maioria, por mulherem que compunham a elite intelectual, econômica e profissional, permitindo-lhes um bom trânsito entre a elite política. Usando da publicidade e das relações pessoas, elas visavam "influenciar os líderes políticos e a opinião pública culta" (Hahner, 1981: 112). Apenas em 1934, por influência da F.B.P.F., a constituição instituiu para as mulheres o direito de votar e ser votada.
Com o golpe de Estado de Getúlio Vargas em 1937, o voto femino, pelo qual tanto se lutou, perdeu o sentido. Após a redemocratização, em 1945, a F.B.P.F. não teve mais poder de atuação. No entanto, a presença das mulheres em espaços públicos (sociais e profissionais) ampliou-se, criando conflitos pela necessidade de conciliar as novas atividades com o papel familiar.
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