A morte do Leiteiro: Analise
Guerra Mundial.
Segundo Simmon (1978) este livro é o clímax da poesia participante de
Drummond e significa muito pelo fato de dar forma à consciência dilacerada pelas crises do tempo presente e pela consciência mais profunda da crise da poesia. Assim, o livro exibe uma antinomia básica, advinda da imposição de participação a um instrumento que se recusa a ser comunicação prática.
Dada essa necessidade de comunicação, em todo o mundo, vê-se aparecer um modo poético cuja forma pressupõe um leitor não especialista. Para Simmon (1978) essa lírica seria uma forma intensificada daquilo que Northrop Frye designou de low mimesis: dar conta das coisas como elas são na linguagem falada do povo.
No caso do Drummond de A rosa do povo, segundo Simmon (1978), verifica-se que ele se dedicou ao exercício de algo em sintonia com essa ‘poesia impura’, mas com características peculiares que se poderia dizer, compõe a nota brasileira da sua poética participante.
Segundo Simmon (1978), A rosa do povo é um livro curioso, pois ao mesmo tempo que evidencia a necessidade de comunicação pela arte, realiza a negação da poesia como assunto, da poesia temática e celebrativa. A conclusão de Simmon (1978) é a de que a forma geral do livro, então, mostra o risco e o dilema do trabalho do próprio poeta. Em A rosa do povo aparece ao leitor um eu hesitante, inquieto, dividido entre formalismo e comunicação, entre fechamento e abertura do discurso, entre palavra coisa e palavra signo.
Nesse que é o ápice da poesia participante de Drummond (será do Brasil?), é possível verificar o cuidado com o arranjo da seqüência dos poemas, os quais acabam por formar blocos