A Morte de Vladimir Herzog e a redemocratização
O Jornalista Vladimir Herzog, tem uma biografia interessante. Como judeus, seus pais fugiram da antiga Iuguslávia para a Itália durante a II Guerra Mundial para escaparem do anti-semitismo da ocupação alemã em seu país de origem. Após o fim da guerra, o casal mudou-se para o Brasil, com o filho, Vlado, como era o nome de nascença do jornalista.
Após ter se formado em Filosofia, pela USP, Vladimir trabalhou como produtor cultural e foi jornalista em diferentes e importantes órgãos de imprensa no país e no exterior.
Vladimir foi convocado a depor no em 24/10/1975 no DOI CODI, quando já ocupava a função de Diretor de Jornalismo da TV Cultura, até então, a rede que mantinha maior independência editorial com relação ao regime militar no Brasil.
Vladimir vinha sofrendo constantes pressões para mudar sua linha editorial, mas resistia. Na fatídica data, foi convocado a depor sobre suas ligações com o Partido Comunista, um partido que vivia na clandestinidade até então. Não retornou com vida.
Segundo a versão oficial, Vladimir Herzog teria se suicidado com a tira do macacão que utilizava na prisão do DOI-CODI, em São Paulo. Uma impossibilidade tendo em vista que todos os presos tinham tirados de seus uniformes tiras e/ou cadarços ao entrarem na prisão.
Como manda a tradição judaica, se fosse suicida, Vlado teria de ser sepultado em separado dos seus correligionários religiosos, mas o líder da comunidade judaica, ao notar todos os indícios de que ele havia sido torturado e morto, decidiu por sepultá-lo no Cemitério Israelita, o que significava desmentir publicamente a versão oficial da Ditadura.
O Dia 31/10/1975, ficou marcado na historia da redemocratização como a data da primeira grande manifestação da sociedade civil contra as práticas da ditadura militar desde a publicação do Ato Institucional nº 5. Tratava-se do Ato Inter-religioso pela morte de Vladimir