A mercadoria e capitães da areia
RESUMO
Este ensaio tem por objetivo analisar a temática da obra de Jorge Amado Capitães da Areia baseada na realidade do Brasil na década de 1930, como também a violência e opressão que se fazia presente e que ainda permanece.
Palavras-chaves: Estigma; Desigualdade Social; Violência
O presente ensaio tem por objetivo discutir as ideias de Jorge Amado transcritas em sua obra Os Capitães da Areia, fazendo uma relação com o pensamento marxista acerca das desigualdades sociais vividas por crianças na década de 30.
Os Capitães da Areia, meninos de rua que praticavam roubos e atos violentos, que se escondiam em um trapiche a beira-mar, meninos marginalizados fruto de uma sociedade desigual que omitia suas obrigações e que ainda os culpava por sua condição. Seres humanos que eram tratados como pragas a serem exterminadas, mas que ainda assim tinham o respeito de alguns. Mais que uma obra literária Capitães da Areia é uma critica a uma das inúmeras injustiças sociais desse sistema excludente presente nessa nação.
Jorge Amado possuía uma postura ideológica esquerdista, isto é simpatizava com os ideais comunistas, logo Capitães da Areia se manifesta como um romance proletário, pois em seu bojo estão criticas a ideologia burguesa. Existe então uma denuncia social explicitada com a condição dos abusos e hostilização sofridos pelos protagonistas. A violência esta presente tanto por parte dos meninos de rua, quanto por parte dos instrumentos do Estado.
Segundo Marx os Capitães da Areia representam uma parcela da sociedade que não faz parte do “exercito de reserva do capital” (desempregados) e que vive de atos ilícitos. Para essa parcela Marx denominou o termo Lumpemproletariado (do alemão Lumpenproletariat “seção degradada do proletariado”). Todavia sujeitos como os meninos de rua, são na verdade mais vitimas do que culpados, pois lhes fora negado o direito de viver como os demais só restando à necessidade de sobreviver.
O único