A mercadoria capitulo 1

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP
CURSO DE PEDAGOGIA – VESPERTINO
FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA EDUCAÇÃO

A MERCADORIA

MARX, Karl. “A Mercadoria” (Cap.1, Livro I, Vol. I) In O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p.41-93.

A mercadoria é o objeto que satisfaz as necessidades humanas, que necessita de uma quantidade de trabalho empregado para obter sua qualidade útil e que deve ser destinada à troca. O valor-de-uso constitui o conteúdo material da riqueza e o valor-de-troca revela-se na relação quantitativa entre valores-de-uso de espécies diferentes, na proporção em que se trocam. Uma mercadoria é produto do trabalho concreto – caráter útil dos produtos do trabalho – e abstrato – dispêndio de força de trabalho humano. Portanto, a quantidade de trabalho determina a grandeza do valor de uma mercadoria, e essa quantidade é medida pelo tempo de sua duração. Mas deve-se considerar o trabalho humano homogêneo – tempo de trabalho em média necessário ou socialmente necessário para a produção de uma mercadoria. O tempo de trabalho socialmente necessário é o tempo de trabalho requerido para produzir-se um valor-de-uso qualquer, nas condições de produção socialmente normais, existentes, e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. Quanto maior a produtividade (força produtiva) do trabalho, tanto menor o tempo de trabalho requerido para produzir uma mercadoria, quanto menor a quantidade de trabalho que nela se cristaliza, tanto menor seu valor. Portanto, a grandeza do valor de uma mercadoria varia na razão direta da quantidade, e na inversa da produtividade, do trabalho que nela se aplica. O trabalho possui duplo caráter: quando se expressa como valor, não possui mais as mesmas características que lhe pertencem como gerador de valores-de-uso. Denomina-se trabalho útil aquele cuja utilidade se patenteia no valor-de-uso do seu produto ou cujo produto é um valor-de-uso. A classificação dos trabalhos úteis