A Mentira Nossa de Cada Dia

A MENTIRA NOSSA DE CADA DIA

Há alguns dias atrás, enquanto almoçava com uma amiga próxima, eis que a mesma coloca o seguinte comentário: “Então, a fulana me chamou para ver a nova peça de decoração que havia comprado. Eu disse que era muito bonita, mas sinceramente achei horrível. Mas sabe né, gostos são gostos”. Até então, concordei com ela, porque cada indivíduo tem uma personalidade diferente e tem gostos diferentes, mas o que me intrigou foi a questão dela mentir sobre suas preferências. Porque não dizermos a verdade? Não seria mais fácil, ou justo? Por outro lado, quem nunca se submeteu a mesma saída? Quem nunca contou uma “mentirinha” para evitar constrangimento ou algum conflito?
Não é de uma hora para outra que nós, seres humanos, começamos a mentir. Tudo começa bem cedo, na infância, quando ainda crianças, começamos a perceber que se assumimos a responsabilidade de alguns atos levados como incorretos por nossos pais ou tutores, somos punidos. Aí então vemos como saída a solução mais prática, negar. E com a idade, o número de mentiras também aumenta. De acordo com Robert Feldman apud Reif (2013), professor de psicologia da Universidade de Massachusetts nos Estados Unidos, chegamos a ouvir cerca de 210 mentiras por dia, uma média de uma mentira a cada cinco minutos. Dentre essas mentiras do cotidiano, a maioria delas são consideradas como mentiras sociais, que contribuem para o melhor convívio em sociedade.
Não se tem um motivo específico que explica exatamente o porquê mentimos. Podemos considerar um dos principais é o de conseguir manter vínculos, algo muito cobrado e um grande problema da atualidade. Segundo Wanderson Castilho apud Grupo Personare, “(...) há muitos motivos para mentirmos, entre eles quando somos movidos pela vergonha ou pelo orgulho. Em outros casos, é provável que mintamos para atenuar o impacto que a verdade teria”. Mentir, portanto, seria uma forma de se auto proteger e manter uma boa imagem, não correndo o risco de romper