A Matemática na escola secundária
O final da década de 20 foi um marco para o ensino da Matemática na Escola Secundária no Brasil. No Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, a partir do ano de 1929, as disciplinas Aritmética, Álgebra e Geometria, estudadas até então, separadamente e com exames finais nas diferentes séries, passariam a ser estudadas simultaneamente. Tal reforma no Ensino da Matemática se deve a um movimento mundial de diversos matemáticos da época, contra o ensino parcelado da Matemática, que teve como seu principal mentor, o alemão Felix Klein, sendo que no Brasil um dos principais articuladores desse movimento, foi Euclides de Medeiros Guimarães Roxo. Como toda mudança é passível de críticas e elogios, o Jornal do Comércio publicou, na sua edição de domingo, do dia 23 de junho do ano de 1929, uma matéria de autoria do professor de Matemática, M. Ramalho Novo, na qual o mesmo faz breves questionamentos e algumas críticas a esse novo modelo de ensino.
Ao final do segundo ano letivo, após a implantação dos novos programas para o ensino da Matemática, o mais antigo professor catedrático de Matemática do Colégio Pedro II, Joaquim I. de Almeida Lisboa, através de outra publicação do Jornal do Comércio, na sua edição de domingo, do dia 21 de dezembro de 1930, fez pesadas críticas aos novos programas de Matemática, ora praticados no referido Colégio e defendidos por Euclides Roxo (seu ex-aluno e na época, Diretor do Colégio, membro da Comissão do Ensino Secundário da Associação Brasileira e membro do seu Conselho Diretor), não obedeciam às determinações do Congresso Internacional de Ensino da Matemática. Nesse mesmo artigo, o professor Almeida Lisboa criticou também, de maneira não menos radical, seu livro didático, com várias de suas partes transcritas e seguidas das referidas críticas, que o Sr. Lisboa achou por bem fazê-las.
Uma semana depois, o Jornal do Comércio na sua edição de domingo, do dia 28 de