A matemática das cotas e a desigualdade no futebol brasileiro
21 de julho de 2014, às 13:21 Autor: Thiago Wagner
Por Igor Barros dos Santos*
Entendo que a competitividade é a essência de qualquer atividade esportiva. A criação do Clube dos 13 destruiu a competitividade do futebol brasileiro. Com a criação do
Clube dos 13 (C13) a cota de TV passou a ser distribuída injustamente e passamos a ter um pequeno grupo de clubes favorecidos em detrimento de dezenas de outros clubes
(tirando a representatividade de vários Estados e regiões do País). E a maior injustiça desta distribuição de cotas é que os clubes do C13 continuam recebendo os mesmos valores mesmo que sejam rebaixados de divisão.
Esta distorção chega ao absurdo de destinar cota de TV da Série A para um clube do
C13 jogar a Série B acabando com a competitividade do nosso futebol. A Série B é o campeonato mais INJUSTO do mundo inteiro. A diferença da maior cota (Vasco) para a menor cota é de 23 vezes. Na Série B deste ano, 19 clubes receberão R$ 3 milhões cada.
O Vasco receberá R$ 70 milhões. Se somar a receita dos 19 clubes, ainda assim não chegaremos na cota do Vasco.
Já na série A, o Flamengo receberá R$ 120 milhões contra R$ 20 milhões do
Chapecoense (6 vezes maior). Se hipoteticamente ambos os clubes forem rebaixados este ano, em 2015 o Flamengo receberia os mesmos R$ 120 milhões para jogar a Série
B enquanto o Chapecoense receberia R$ 3 milhões (diferença de 40x).
Analisando o acesso e o rebaixamento de clubes do C13 e de clubes de fora do C13
(FC13) a injustiça fica comprovada. Um clube do C13 quando é rebaixado volta pra
Série A em 100% dos casos. É o que podemos chamar de dopping financeiro. Já um clube de fora do C13 quando consegue subir pra Série A será rebaixado com 100% de certeza em até 3 anos. E o pior vem após o rebaixamento: 72% nunca mais voltarão para a Séria A e 50% deles serão rebaixados pra Série C.
Mesmo entre os privilegiados clubes do C13 a distorção está ficando