A maquina que mudou o mundo - Definições e características principais da produção Lean
[Página 12, 13 e 14] Na produção artesanal, temos funcionários peritos em diversas tarefas (verdadeiros artesãos), produção descentralizada (peças e até projetos feitos em pequenas oficinas na região da fábrica), ausência de maquinário (mesmo para produzir um silo e um carro, por exemplo) e até metrologia específica (não havia sistema internacional de medidas, ISO ou algo do gênero). Isso faz com que até mesmo dois carros oriundos de mesmo projeto, coisa rara, se difiram. Há, portanto, uma extrema falta de padrões. A produção de um ou milhares implica em custo unitário praticamente igual. A produção de poucas unidades por muitas pessoas representava um grande gargalo ao desenvolvimento de novas tecnologias. Carro é item de luxo e altamente personalizável. Cada produzido era um protótipo que necessitava de inúmeros acertos; a qualidade era estética e a confiabilidade baixa.
[Página 14-20] No início do século XIX, após 19 modelos anteriores, Ford conseguiu o T, projetado para a manufatura e amigável. Ao mesmo tempo que esteiras rolantes levavam o carro em progresso ao trabalhador que deveria apenas encaixar pouquíssimas peças , o que gerava uma produção monstro (2 milhões de veículos iguais/ano) para a época, o carro se tornava atrativo por peças de reposições serem não só fáceis de encontrar (e não muito caras pois eram feitas em massa) como de trocar; assegurava-se oferta e demanda. Ford investiu pela primeira vez que se tem notícia na padronização e com isso ficou durante um bom tempo com baixíssimo custo unitário e pouquíssima concorrência. O funcionário se tornou tão especializado que era descartável. O pensamento se abstraia no chão de fábrica,