A Macedônia e a helenização do Oriente
O período que sucedeu a Guerra do Peloponeso – iniciado em 404 a.C. – trouxe profundas alterações na configuração de forças políticas da Grécia, com o estabelecimento de outras polis em posições dominantes. Além disso, o pós-guerra envolveu uma sucessão de transformações materiais e morais na Grécia. A primeira e mais evidente consequência da Guerra do Peloponeso foi a queda de Atenas de sua condição de potência majoritária entre as cidades-estado gregas, que vinha existindo desde a reta final das Guerras Médicas. Com sua coalizão derrotada no conflito, a cidade perdeu seu poderio e teve seu lugar ocupado, inicialmente, por Esparta, líder do lado vencedor. Os espartanos imediatamente procuraram assumir o controle dos mares, um dos fatores que havia pesado para que Atenas tivesse mantido certa hegemonia no período que antecedeu a guerra. Outra medida tomada por Esparta foi a imposição de seu próprio modelo de governo a outras polis, forçando a substituição dos regimes democráticos por oligarquias locais. A supremacia espartana foi contestada, e eventualmente desmontada, pela antiga aliada Tebas. Esta cidade abrigou muitos exilados atenienses após o fim da guerra. Aliados a eles, os tebanos derrubaram as oligarquias que comandavam ambas as cidades e impingiram derrotas militares a Esparta. Posteriormente, a própria Atenas voltaria a recuperar parte do antigo poder, e os regimes democráticos voltariam a florescer. Esses eventos demonstram como a Grécia mergulhou em instabilidade política e em desequilíbrio entre as cidades-estado (mesmo entre antigas aliadas) após a Guerra do Peloponeso. É certo que períodos de paz duradoura nunca foram a regra no mundo grego antigo, mas a sensação de insegurança tornou-se maior. Em adição a esses fatores havia os prejuízos materiais que se abateram sobre a Grécia, inclusive entre as polis que puderam se considerar vitoriosas na guerra. Cidades foram destruídas, regiões inteiras