A luz da razão e da arqueologia
Sempre que a linguagem clássica da arquitetura foi expressa, os arquitetos só conseguiam empregar as ordens com amor se as amasse de fato e estarem convencidos que tais ordens representavam algum principio absoluto de verdade ou beleza. A mais simples crença era em Roma, que fora a maior e mais sábia. E para entender o pensamento do século XV e XVI precisamos compreender a veneração pura e simples por Roma, que pertence principalmente ao século XV.
Essa simples fé na superioridade romana foi inspiração para a ação e também um desafio a crítica. Por que Toma seria fonte de tudo o que é bom na arquitetura? Uma resposta seria a beleza unanime, outra seriam as regras matemáticas e ainda a mais profunda seria que a arquitetura romana seria praticamente uma obra da natureza por descender da história mais antiga do homem.
Foi na França, no séc XVII que iniciaram os questionamentos sobre as ordens e o modo pelo qual deveriam ser empregadas em edifícios modernos e a principal preucupação dos críticos era assegurar sua pureza e integridade. Dentre outros, o mais importante livro do período é de Cordemoy, que além de ser mais uma análise das ordens, libera as ordens de qualquer distorção e afetação, e também da “arquitetura em relevo”. Cordemoy pretendia que as ordens voltassem ao seu discurso original, contendo apenas a lingaguem funcional.
Entretanto, nem mesmo as próprias ordens encontradas em Roma são primitivas ou funcionais, e sim estilizadas. Coube a Laugier, posteriormente, uma teoria que realmente mudaria o pensamento arquitetônico. Antes dele, todos os teóricos afirmavam que a arquitetura surgiu da casa primitiva, mas nenhum havia pensado concretamente a respeito da mesma. Foi Laugier que afirmou que esse abrigo constituído de esteios verticais, uma cumeeira e duas águas, era “o modelo a partir do qual todas as grandezas da arquitetura foram imaginadas”.
Para Laugier novas ordens poderiam ser inventadas, desde que os