A luz da razão e da arqueologia
A linguagem clássica da arquitetura foi baseada em uma certa filosofia: um arquiteto só conseguia empregar as ordens com amor se as amasse de fato. A crença na autoridade essencial das ordens assumiu várias formas. A mais simples foi que Roma fora a maior e mais sábia. A veneração pura e simples de Roma é a melhor pista para a compreensão de muitos aspectos de nossa civilização. Se quisermos compreender o pensamento dos séculos XV e XVI, precisamos ser simples. Burckhardt conta uma história que pode nos auxiliar onde em uma certa ocasião, foi descoberto um sarcófago, do corpo de uma mulher romana que segundo um informante, era tão linda, que não tinha como descrever sua beleza e à medida que a notícia foi se espalhando, uma multidão se formava para ver essa maravilha. Mas tudo não passou de uma falsificação, mas a emoção que causou não foi falsa.
Essa fé tocante e absurda na superioridade romana pertence ao século XV. Algumas pinturas de Mantegna são exemplos incríveis de sua força. Se era uma fonte de inspiração para a ação, era também um desafio à discussão e a crítica. Apesar da grandeza e superioridade de Roma era necessário saber o porque de Roma ser a fonte de tudo aquilo que é bom na arquitetura. Uma resposta seria a unanimidade de todas as pessoas cultas em todos os lugares quanto à beleza incomparável da arquitetura romana. Outra resposta seria que a arquitetura romana continha certas regras matemática das quais provinha toda a beleza, outra seria que a descendia, dos gregos, das mais remotas épocas da história do homem e era quase que uma obra da natureza. Para melhor fundamentar, invocava-se Vitrúvio, segundo os seus ensinamentos, a ordem dórica, onde ter-se-ia desenvolvido a partir de um protótipo em madeira cujas colunas originais teriam sido feitas com troncos de árvores derivadas das florestas primitivas.
Foi na França, que começaram a ser feitas perguntas a respeito da natureza das