A leitura analitica
O ato da leitura é, inquestionavelmente, o principal canal de aprendizagem no ambiente acadêmico. Por mais que se discuta, reflita, debata, escreva, sempre as referências partem do universo dos livros. Mesmo que investiguemos fenômenos sociais ou naturais (que podem ser observados no "livro" da vida ou da sociedade), não podemos prescindir dos textos, sob risco de um empirismo vulgar.
Embora seja tão crucial, a leitura não é encarada por muitos como algo natural, já assimilado ao longo de suas trajetórias no ensino secundário. A consequência da falta de familiaridade com leituras é a dificuldade que as exigências trazem quando o estudante chega à universidade. Tais dificuldades podem ser vencidas com muita disciplina.
Para orientar estudantes a "esmiuçarem" um texto, Antonio Joaquim Severino (2002) sistematizou um método de leitura, chamado de método de leitura analítica. Os passos por ele propostos contribuem em muito para uma proveitosa compreensão e assimilação dos textos.
Analisar é, como define René Descartes em o Discurso do Método, "dividir cada uma das dificuldades que devesse examinar em tantas quantas partes quanto possível e necessário para resolvê-las". Aplicando ao contexto usado por Severino, a leitura analítica avança por etapas sucessivas (processos lógicos) até a compreensão global de uma unidade de leitura. As referidas etapas são a análise textual, análise temática, análise interpretativa, problematização e síntese pessoal.
A primeira etapa, a análise textual, nada mais é do que a busca de uma visão geral do texto, mediante uma leitura rápida e atenta dos elementos mais importantes. Neste momento o leitor deve buscar esclarecimentos sobre palavras desconhecidas, fatos, doutrinas e autores citados no textos e sobre os quais ele não possua conhecimento. Isto será fundamental para o entendimento da posição do autor e o contexto por ele tratado. A análise textual culminará em uma esquematização do texto, o que ajudará na