A Invenção da Razão, em Uma História da Razão: Entrevistas com Émile Noël
François Châtelet foi um historiador da Filosofia, filósofo político e professor francês. Considerado como um filósofo aberto ao seu tempo, Châtelet se insere na grande tradição de Sócrates, de quem traça um retrato fascinante em seu livro Platon. Após a graduação, é aprovado em concurso público (1948), tornando-se professor em Oran e Tunis. De volta a Paris, é nomeado professor nos liceus Saint-Louis e Louis-le-Grand.
No século V, antes do Cristo, a Grécia estava dividida em muitas micro-cidades, sendo Esparta a maior delas, em extensão. Todas as cidades compartilhavam os mesmos deuses, idiomas e traços culturais, embora guerreassem entre si; contudo, a ameaça de invasões bárbaras, pesado constantemente sobre tais cidades. No século VI, todas essas cidades são varridas por um vento de renovação. Isso vale principalmente para Atenas, onde alguns homens inventaram o que foi chamado de “democracia”.
A palavra “democracia” se definiu pela igualdade. Todas as pessoas, não importando cor, raça, gênero ou parentesco tem o mesmo direito e são iguais perante a lei. Essa mudança foi muito impactante, pois antes as decisões eram geralmente tomadas em segredo pelos aristocratas e a partir disso houve mudanças nessa situação. Havia uma diferença muito grande entre a cidade de Atenas, onde as pessoas eram ensinadas a ler e a pensar e em Esparta era ensinado sobre como ser forte e a lutar.
A Grécia foi conquistada pelo gosto da palavra, ao mesmo tempo nascem técnicas e artes (tekhnê). Esse desenvolvimento da palavra propicia o nascimento de técnicas específicas chamadas depois de “retórica”. O aparecimento de um tekhnê gera o nascimento de uma profissão, (professores).
Châtelet usa do termo grego tekhnê, demarcando o sentido duplo a que o mesmo aponta – podendo ser tanto um conhecimento aplicado quanto uma