Texto analítico sobre o conceito de “Sociedade”.

As relações entre historicidade e a formulação do conceito de sociedade

Partindo da etimologia da palavra, temos o termo vindo do latim “societas”, que significa “associação amistosa com os outros” e que está relacionado com a ideia de intimidade, afinidade; Este, porém, deriva da palavra “socius” que significa “companheiro”. Dessa forma, podemos entender a sociedade como aquilo que está intimamente ligado às relações sociais.

Em uma de minhas leituras encontrei uma frase de Aristóteles, citada por Milton Santos, que define bem o que eu vou expor nessa análise. A frase afirma que “O que não está em nenhum lugar, não existe.” A partir desse pensamento, cheguei à conclusão que também podia ampliar essa ideia a aspectos temporais, visto que uma sociedade não se consolida sem a influência das relações de tempo e espaço.

De acordo com Tim Ingold em “A evolução da sociedade”, a história é um processo de vida social que é resultado de contextos e relações ambientais deixados pelas ações dos predecessores das pessoas. Ou seja, as mudanças são feitas a partir de modelos já encontrados, “aqueles que procurassem construir uma ordem de sociedade, em qualquer que fosse o fundamento ideológico, já deveriam habitar num mundo de outras pessoas e relacionamentos, para que as formas institucionais que criaram fossem elas próprias constituídas dentro do fluxo da vida social.” (IDEM).

Para Durkheim, a sociedade se sobrepõe ao indivíduo, vez que, ao nascermos temos que nos adaptar a normas já existentes. Essas regras são chamadas de fatos sociais, e a sociedade, no seu aspecto coletivo, define e controla as ações individuais. Ora, mas não seriam estes indivíduos os componentes formadores da sociedade? Por que eles têm suas ações controladas pelas ideologias sociais e não o oposto? A meu ver, ainda que o todo seja o resultado da união das partes, ainda há uma série de fatores que se relacionam diretamente a ele e não somente às partes que o compõem.
Spencer, por sua