A invenção da Psicanálise
Ela era uma criança viva com uma reputação para traquinagens. Freud escreveu ao amigo dele Fliess em 1899: “Anna está completamente bonita por sua desobediência….” Quando a sua irmã rival a ela se casou em 1913, a Anna escreveu ao pai dela. “Eu estou alegre que Sophie se casa, porque a disputa interminável entre nós era horrível para mim.” Anna teve de lutar para ser reconhecida pelas qualidades de que dispunha: coragem, tenacidade e o gosto pelas coisas do espírito. Não tendo nem a beleza de sua irmã Sophie Halberstadt nem a elegância de Mathilde Hollitscher, sentia-se em estado de inferioridade na família, na qual se esperava que só os herdeiros masculinos fossem talentosos para os estudos.
Rivalizando desde a infância com sua tia Minna Bernays, passou a adolescência invejando a doutrina que a privava de seu pai adorado. Na idade adulta, para aproximar-se dele, decidiu entrar para o círculo de seus discípulos. Mas como estava impedida de ir para universidade estudar medicina, tornou-se professora primária. Exerceria essa profissão durante toda a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1920 exatamente.
Anna terminou sua educação básica em Viena em 1912. Em 1914 ela viajou para a Inglaterra no intuito de melhorar o inglês . Ela estava lá quando a guerra foi declarada e assim se tornou um “estrangeiro” inimigo (25 anos depois, em 1939, seria repetida esta experiência). Ela teve que voltar a Viena, com o embaixador Austro-húngaro e a companhia dele.
Ensinou na escola em que estudou, a “Cabana Lyceum”. Um dos alunos dela escreveu depois: “Esta jovem senhora teve muito mais controle sobre nós que as titias mais velhas.”
Já em 1910 Anna tinha começado a ler o trabalho do seu pai, porém o seu primeiro contato com o