A insustentavel leveza do marketing
DO
MARKETING
Carlos Melo Brito
Professor Associado
Faculdade de Economia
Universidade do Porto
Rua Roberto Frias, 4200 Porto
PORTUGAL
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RESUMO
Com o surgimento de novas e mais agressivas formas de concorrência potenciadas pela evolução tecnológica, em particular no que se refere ao desenvolvimento de sofisticados sistemas de informação e comunicação operando muitas vezes à escala planetária mas orientados para o indivíduo (a Internet é apenas um dos exemplos mais conhecidos), está-se a tornar claro que estratégias marketing baseadas na segmentação dos mercados, por mais inovadoras que sejam, são com frequência ineficazes face aos objectivos que se pretendem atingir. Começa assim a assumir uma importância crescente aquilo que se designa por marketing individualizado e das relações. O objectivo deste trabalho é evidenciar as principais implicações que este novo paradigma tem no domínio da gestão empresarial. 1
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA
DO
MARKETING
É vulgar afirmar-se que o marketing procura dar resposta a três aspectos cruciais da vida das empresas. Em primeiro lugar, identificar necessidades e oportunidades de mercado que possam ser transformadas em bons negócios. Depois, ajudar no desenvolvimento desses mesmos negócios não apenas ao nível da concepção dos produtos/serviços, mas também do preço, da distribuição e de eventuais serviços associados. E, por último, contribuir para uma correcta e eficaz acção de promoção e comunicação. No entanto, tudo isto assenta no reconhecimento de que, não sendo os mercados em geral homogéneos, é possível identificar subconjuntos de clientes com características e necessidades específicas e diferenciadas. São esses subconjuntos que vulgarmente se designam por segmentos de mercado. Deste modo, as estratégias de marketing pressupõem uma eventual segmentação do mercado, pelo que esta tem assumido o