Jornalismo pós moderno
Anelise Rublescki - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Índice
1 Introdução 1
2 Jornalismo: o frágil equilíbrio entre autonomia, política e capital 2
3 Pós-modernidade: Sociedade do Espetáculo ou Simulacro? 3
4 Jornalismo: verdade, objetividade, imparcialidade 4
5 Notícias pós-modernas: o sensacionalismo vazio 6
6 Considerações finais 9
7 Bibliografia 9
Resumo
O artigo discute o papel social do jornalismo contemporâneo, a partir dos valores míticos de objetividade, neutralidade, verdade, mediação e interesse público, confrontando-o com as teorias de Guy Debord (1931-1994), Jean Baudrillard (1929-2007) e Pierre Bourdieu (1930-2002).
1 Introdução
Na virada do século XX para o século XXI, as certezas da modernidade dão lugar ao antagônico estranhamento do espaço pósmoderno, pleno de hiperdiscursos, imagens, e metalinguagem. A condição pós-moderna nos traz a consciência da incerteza e da ambivalência.
Respostas em suspenso. A “sociedade do espetáculo”, anunciada por Guy Debord, já em 1967, acabou. O pós-moderno é hiper-espetacular. E em tempos de pósmoderno hiper-espetacular, de crise de sentidos e práticas sociais de contemplação, o jornalismo parece abraçar, de corpo e alma, as lógicas do mercado. Será ainda possível falar em neutralidade axiológica, objetividade epistemológica e imparcialidade ideológica do jornalismo, mesmo que de forma apenas mítica? Há uma correspondência entre a lógica interna do campo jornalístico e os valores de mercado neoliberal1 , que assegurem ao jornalismo suas características de mediação e interesse público? Qual o papel social do jornalismo contemporâneo? O objetivo desse artigo é colocar o jornalismo pós-moderno em pauta, confrontando-o com as teorias de Guy Debord, Jean Baudrillard e Pierre Bourdieu.
1 O neoliberalismo é a doutrina econômica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à