A indústria americana de cinema
Por Janet Wasko*
A indústria cinematográfica nos EUA é uma atividade relativamente lucrativa e atraente, apesar das afirmações de que a realização de filmes é um negócio arriscado (WASKO, 2003). Segundo a Motion Picture Association of America (MPAA), a receita de bilheteria nos EUA alcançou US$ 9,49 bilhões no país, em 2006. O custo médio para produzir e comercializar um filme de uma companhia integrante da MPAA foi de US$ 100,3 milhões, incluindo US$ 34,5 milhões em custos de marketing. A venda de ingressos nos EUA cresceu 3,3%, atingindo 1,45 bilhão de entradas, fato que encerrou uma tendência de queda que durara três anos. Em 2006, 607 filmes foram lançados, um crescimento de 11% sobre os 549 filmes de 2005 (MPAA, 2007).
Embora a atividade cinematográfica nos Estados Unidos possa ser discutida sob a ótica de produção, distribuição e exibição de filmes, Hollywood precisa também ser analisada em termos de diversificação, concentração e globalização.
Diversificação
Desde os anos 1950, as grandes corporações passaram a controlar a indústria cinematográfica americana e significativa parcela de outros setores midiáticos nos EUA. Em outras palavras, essas companhias já não dependem de um único tipo de mídia para obter lucros, pois estão envolvidas na produção e distribuição de um amplo leque de produtos e serviços de informação e entretenimento, de jornais e revistas, redes de televisão e produtos audiovisuais, de sites e parques temáticos. As empresas de Hollywood não só compõem essas companhias diversificadas, como o próprio cinema, mas exercem igual controle sobre a veiculação – televisão, televisão a cabo, home video etc. – e sobre os produtos que freqüentemente acompanham um filme – músicas, merchandising etc. Uma recente discussão sobre a indústria cinematográfica americana conclui que:
Um filme de Hollywood já não é mais somente um filme, mas também um item da programação de televisão ou um disco óptico digital. Ele