A Indústria Cinematográfica: Evolução e Revoluções
Cristiane Junqueira Giovannini
1. Introdução
O cinema é a primeira forma de arte industrializada e dominou a vida cultural do século XX. Das suas humildes origens nos teatros de sombra, o cinema cresceu e em menos de um século, tornou-se uma indústria multibilionária e a mais espetacular forma de arte da atualidade. Sua história começa com aparatos primitivos, que se desenvolvem em algumas das mais sofisticadas tecnologias da modernidade. Usado também para fins de educação, propaganda e pesquisa científica, este meio tornou-se a mais popular forma de entretenimento de massa de todo o globo.
A indústria do cinema, caracterizada por transformações complexas, influenciadas por fatores culturais e econômicos, é formada por indivíduos e organizações que lucram com a criação e o comércio de filmes. Entre os profissionais e empresas que fazem parte desta indústria estão: diretores, estúdios, equipes de filmagem, atores, cinematógrafos, produtores, roteiristas, pré-produção, pós-produção, distribuidores, festivais, circuitos e salas de exibição, entre outros.
As despesas que envolvem a concepção, produção, filmagem e comercialização de filmes levam a uma concentração da produção nas mãos de companhias estabelecidas (grandes estúdios), capazes de arcar com os custos de equipamento, tecnologia, e de pessoal envolvidos na produção de um filme, além de terem acesso a maiores capitais de investimento originados fora da indústria cinematográfica. Entretanto, sempre existiram diversos indivíduos e pequenos empreendimentos que criam e produzem filmes independentes da estrutura dos grandes estúdios e produtoras, e a década de 90 foi o palco da intensificação desta tendência, chamada de movimento Indie (LEVY, 1999).
Nos últimos dez anos o surgimento de novas tecnologias, como o formato digital e o 3D, associadas à popularização da Internet, mudaram as formas de produção, distribuição e exibição de filmes, causando uma ruptura nos