A (in) disciplina da escola na regulação dos sujeitos
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RESUMO: esta pesquisa é resultado do Trabalho de Conclusão do Curso de Letras, em que procuramos compreender como os sentidos de indisciplina produzem um certo modo de conceber o aluno nas relações escolares, além de justificar seu fracasso como decorrente do péssimo comportamento. As entrevistas realizadas com docentes, diretores de escolas, pais e alunos dão mostras de que a indisciplina é causa da péssima relação entre educadores e educandos na realização das atividades pertinentes à sala de aula. Logo, nosso objetivo é perceber como os sentidos são construídos pela relação com a história e a ideologia, produzindo uma memória do dizer, nesse caso, sobre o que é um aluno disciplinado, isto é, o bom aluno. Nossa investigação pauta-se na teoria da Análise do Discurso, desenvolvida por Michel Pêcheux, na França, e Eni P. Orlandi, no Brasil. Através deste estudo percebemos como os discursos “sobre” indisciplina constituem um imaginário sobre as relações escolares, identificando-a como causa da incompetência da Escola, na relação com o ensino de crianças, adolescentes e adultos frente às novas demandas.
PALAVRAS-CHAVE: indisciplina, escola, regulação.
I. Introdução
Analisar as causas do fracasso escolar tem sido uma preocupação sobre a qual se debruçam todos os que estão envolvidos com Educação e que desejam uma Escola e alunos competentes. É claro que são muitas as causas. Mas, nos detemos àquela que na voz dos educadores é a maior dificuldade em sala de aula: indisciplina.
Ao considerar a indisciplina como o maior problema da atual Educação, procuramos entender quais as causas que levam os alunos, professores e gestores a desentenderem quanto ao conceito do que se considera “bom aluno” e o ambiente “ideal” de ensino.
A fim de compreender qual imaginário de Escola sustenta a concepção dos pais, alunos, professores e gestores, elaboramos um questionário e saímos em busca desses sujeitos, para a partir