A imprensa no amazonas
A Amazônia, apesar de ser a segunda palavra mais lembrada no planeta Terra, à história da imprensa da região ainda é pouco conhecida. E o que é mais grave, é que essa história é olimpicamente ignorada pela maioria dos brasileiros e dos próprios habitantes da região, por conta de um ensino (publico e privado) omisso e de uma historiografia que privilegia os fatos e personagens das regiões mais dinâmicas do País. Porém a distância entre a circulação do primeiro jornal independente (embora produzido em Londres), no Brasil, o “Correio Brasiliense”, lançado em 1808, e o primeiro periódico do Norte do país, foi de apenas 13 anos. Apesar do extremo isolamento da época entre o Rio de Janeiro (capital da colônia) e Belém, o intervalo foi relativamente pequeno entre o surgimento dos primeiros jornais, que expressavam as mudanças que a sociedade brasileira vivia.
A história da imprensa é marcada pela luta em defesa da liberdade, da independência de Portugal e contra a tirania dos novos governantes. Mas é também de sustentação política da ordem vigente em cada período histórico desses quase dois séculos de imprensa na Amazônia.
Os jornais foram usados como espaço para a literatura e também como trincheiras para as lutas e agressões contra os adversários. E, por isso mesmo, volta e meia eram alvos de atentados, que acabavam por atingir toda a sociedade. É uma história de mais de 180 anos entre “letras e baionetas”, como bem definiu o historiador Geraldo Mártires Coelho.
Abrindo a cortina
A “Gazeta do Pará”, organizada e publicada em Lisboa, em janeiro de 1821, foi o primeiro jornal a circular na Amazônia. Com uma linha que valorizava as notícias da corte portuguesa, teve duração curta. Era afixado “nas portas das igrejas da Sé e de Santa Anna, da Alfândega, e na casa de Domingos Simões da Cunha, no Ver-o-Peso”. Um ano depois, surgiu o jornal que durante muito tempo foi apontado como o marco da imprensa livre do Norte.