A importância das armas e das leis em Maquiavel
Maquiavel sempre julgou necessário que o poder político e militar estivessem sempre unidos, pareados, para que as armas concretizassem as funções das leis e vice versa. “Os principais fundamentos comuns a todos Estados, tanto os novos como os velhos e os mistos, são as boas leis e as boas armas: porque não pode haver boas leis onde não há boas armas, e onde há boas armas convém que haja boas leis” (O Príncipe, Capítulo XII, linha 3).
Porém, segundo Maquiavel, as diferentes classes sempre estarão em conflito. “em todas as cidades existem esses dois humores diversos que nascem da seguinte razão: o povo não quer ser oprimido pelos grandes, enquanto os grandes desejam oprimir o povo.” (MAQUIAVEL, O Príncipe, Cap. XXIII, linha 13). Se o povo vive em conflitos internos, como as boas leis e as boas armas estabelecem um espaço comum entre os cidadãos?
Para melhor compreender, vamos analisar a importância das leis, antes mesmo de analisarmos as armas.
2.A NECESSIDADE DA LEI Para Maquiavel, é necessário controlar os desejos particulares dos homens, uma vez que a realização destes pode causar um caos no mundo social e político do principado. O príncipe, para o autor, não pode nunca se esquecer que os homens não abdicam os interesses individuais para um bem comum. Então, para que haja um bom convívio social no principado, o príncipe deve sempre estar atento às diferenças dos grupos sociais que formam o estado.
Maquiavel diz que o príncipe deve criar necessidades artificiais que barrem o desejo individual do ser humano, que o impeça de prejudicar outros cidadãos.
Quando a lei é instituída, o príncipe evita que