A importância da neuropsicologia
O homem sempre buscou explicações, a partir dos mais variados eixos de pensamentos racionais e até religiosos, para os fenômenos da vida. A relação entre cérebro e comportamento faz parte desse universo fenomenológico que aguça a curiosidade humana. É possível encontrar achados datados de 3.500 a.C no Egito referentes à esta relação. Analisando indícios arqueológicos de outros povos, em diferentes épocas, não resta dúvidas de que se verificava a possibilidade do cérebro ser o centro da racionalidade (Walsh,1994).
O grande avanço dos estudos em neuropsicologia, contudo, que permitem estabelecer conexões entre o sistema nervoso central e mais especificamente o encéfalo e o comportamento humano, se deu a partir dos estudos realizados com indivíduos que sofreram lesões durante as guerras ou com pacientes que apresentavam desordens com sintomatologias.
Sabe-se hoje que, caso a perfeita harmonia cérebro/corpo/meio ambiente seja comprometida, ainda que sutilmente, as consequências são inevitáveis podendo aparecer como manifestação de sintomas contundentes até àqueles que podem passar despercebidos (embora com prejuízo na qualidade de vida e adaptação ao meio e com consequências psicológicas perceptíveis).
Apesar do estudo da relação cérebro-comportamento ter delimitado o campo da neuropsicologia, seu eixo de investigação não se restringe a essa relação. “A avaliação não concentra seu interesse somente na localização da lesão e ou disfunção, mas no estabelecimento da sua extensão, impacto e consequências cognitivas, comportamentais, emocionais e sociais que elas podem gerar” (Fuentes, Malloy-Diniz,2008).
Sendo assim, embora a tecnologia atual possibilite exames modernos de neuroimagem que permitam, em muitos casos, localizar lesões/disfunções, somente a Avaliação Neuropsicológica possibilita estabelecer correlações entre estas lesões/disfunções e as manifestações funcionais e comportamentais das mesmas