A importância da análise historiográfica e suas temporalidades
PAIVA, Eduardo França. História & Imagens. 2ª ed. 1º Reimpressão. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. (P. 17-34).
A importância da análise historiográfica e suas temporalidades
No decorrer do capítulo, Eduardo Paiva nos mostra a evolução dos estudos historiográficos a partir de uma nova fonte: novos olhares sobre as imagens, ou seja, uma atenção mais aprofundada à análise iconográfica.
As figuras, imagens, pinturas, seja qual for a forma de ilustração visual, são vistas além de meras imagens coloridas, trazendo ao leitor um leque de diferentes tipos de interpretação. Ao longo de todo o texto, Paiva reforça a ideia de importância da iconografia como registro histórico o qual o historiador e professor devem estabelecer um diálogo contínuo em busca de respostas. É destacado ainda, sabiamente pelo autor, que ainda que essa fonte seja uma das mais ricas o historiador não deve nunca se prender a essas “armadilhas metodológicas”. Cada figura representa a interpretação do seu autor em determinada época, porém quanto mais traços, colorido e detalhes que às vezes são imperceptíveis são as que mais requerem atenção, mais cuidado. Fazendo uma relação ainda com o que conhecemos como representação e apropriação – em A beira da Falésia, de Robert Chartier – percebemos a preocupação de Eduardo Paiva com a maneira de análise sobre determinada imagem. Um historiador não deve jamais se prender as apropriações da época retratada, das análises já vistas na época vigente da produção, mas sim utilizá-las como fonte onde possa ampliar suas pesquisas ao seu tempo, fazendo a sua própria análise. Ao longo dos anos são inúmeras as interpretações feitas sobre determinado registro, onde cada um traz em si um conjunto de traços, aspectos, símbolos e representações que cabe ao historiador a tarefa de decodifica-los para que se possa formar a sua versão do passado com o olhar do presente.
Dessa forma singular de explanar sua adoração à pesquisa com a iconografia,