A imagem da cidade
Para entender o papel desempenhado pelas imagens ambientais, Lynch examinou detalhadamente três cidades americanas, Boston, Jersey City e Los Angeles, e conversou com seus habitantes, com “a convicção de que a análise da forma existente e de seus efeitos sobre o cidadão é uma das pedras angulares do design das cidades” (LYNCH, 1960). O trabalho foi dividido em duas etapas: um reconhecimento de campo das áreas estudadas e longas entrevistas feitas com uma pequena amostra dos moradores de cada cidade.
As análises feitas por ele apontam para uma substancial variação do modo como as diferentes pessoas organizam sua cidade, de quais elementos mais dependem ou em quais formas as qualidades são mais compatíveis com elas. A paisagem urbana é “algo a ser visto e lembrado, um conjunto de elementos do qual esperamos que nos dê prazer. Olhar para as cidades pode dar um prazer especial, por mais comum que possa ser o panorama. Como obra arquitetônica, a cidade é uma construção no espaço, mas uma construção de grande escala; uma coisa só percebida no decorrer de longos períodos de tempo.” (LYNCH,1960).
O texto fala da importância da imagem que cada um faz de sua cidade e de sua singularidade. Cada cidadão tem vastas associações com alguma parte de sua cidade, e a imagem de cada um está impregnada de lembranças e significados. Além disso, as pessoas e suas atividades são tão importantes quanto as partes físicas permanentes de uma cidade. Sendo assim, se é bem organizada visualmente, ela também pode ter um forte significado expressivo.
A flexibilidade dos espaços e seus