A ideologia Social do carro a motor
Entretanto, com sua popularização obliterou e esvaziou o conceito de bem de luxo, assumindo ainda um lado perverso, na medida em que inviabilizou-se como um meio de transporte rápido, que decorre da inexistência de políticas de mobilidade urbana e engenharia de tráfego eficazes, pois o excesso de automóveis provoca grandes congestionamentos nos centros urbanos, tornando o carro particular paradoxalmente não mais um bem de luxo, mas um bem indispensável à todos os cidadãos.
O conceito de ideologia, para Karl Marx, é: o conjunto de idéias que procura ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo particular da sociedade.
Nesta ótica a ideologia tem a função precípua de criar uma explicação aparente(falsa) da realidade para as diferenças sociais, objetivando evitar o conflito entre as classes de dominantes e dominados.
Portanto, no texto de André Gorz, podemos identificar que o automóvel criado como um bem de luxo para atender à classe dominante, foi com o passar do tempo, por interesse e objetivos de enriquecimento das indústrias automobilísticas, disponibilizado para toda a população, com o fim de criar a falsa aparência de igualdade entre o rico e o pobre, pois impedir a classe trabalhadora de ter um automóvel acirraria as diferenças de classe que implicaria em conflito inevitável entre dominados e dominantes.
Quando o trabalhador passou a ter a possibilidade de ter um carro para se locomover ele tem a falsa percepção de que é igual ao rico, privilégio que ele passa a ter. No entanto, os veículos fabricados para a massa de trabalhadores e os veículos fabricados para a elite, são diferentes. Trazendo novamente à tona, a idéia de bem de luxo.
Ex: A FERRARI, foi fabricada visando ao público com alto