A Identidade Humana
Responder quem somos não é tarefa fácil nem supérflua. Ao explicitar quem somos, determinamos o que, como e onde podemos fazer o que fazemos. Para saber o que é eticamente correto só é possível se definirmos onde estão nossas fraquezas e nossas virtudes. Creio que somos todos iguais, mas alguns de nós são mais humanos do que os outros. Não uma humanidade que está na instrução, mas relacionada aos valores, aquilo que fazemos e como fazemos. A capacidade de sentir a dor do outro me parece ser um sinal de que estamos mais perto do que entendemos por ser humano.
Não nascemos humanos e sim, com a capacidade de nos tornarmos. Por isso precisamos de outros seres humanos para, metafisicamente falando, despertar em nós o que já somos. Todo dia quando olhamos as notícias dos telejornais descobrimos o quanto a humanidade precisa caminhar rumo à sua humanização. Desde o pai que dirige alcoolizado e acaba matando o próprio filho, da mãe que acorrenta o filho porque não sabe o que fazer para tirá-lo das drogas, do corrupto que usa os conhecimentos que tem para roubar de uma nação inteira e tantos outros casos. Mas sempre perguntamos por onde começar. Que tal começar por nós mesmos?
O ser humano vive no mundo da liberdade e ser livre faz parte de sua condição, e para ser livre ele tem que escolher. As escolhas são circunstanciais, mas os princípios são universais. Então, cada vez que vamos fazer um ato, que é sempre novo e inédito, precisamos lançar mão consciente ou inconscientemente de princípios. Os princípios não estão fora de nós como nos robôs de um filme. Por isso temos que traduzi-los constantemente para as situações do cotidiano. É nesta hora que reconhecemos aqueles, dentre nós, que são mais humanos.
Talvez nós sejamos aqueles seres que se definem por aquilo que ainda não somos. O que procuramos ser está dentro nós, mas só o encontramos fora. Precisamos dos outros para descobrir quem somos. É através deles que poderemos achar e praticar nossa