A História do Céu
Recorde-se que, por volta das 9h00 (5h00 em Lisboa) de 15 de Fevereiro, um rasto de fogo cruzou o céu e explodiu numa bola incandescente. Segundos depois, ouviu-se um forte estrondo e uma onda de choque percorreu o ar, partindo vidros, abanando automóveis. No fim do dia, contavam-se 1200 feridos. O estado de emergência foi declarado.
Muitas pessoas filmaram na altura o fenómeno com telemóveis ou câmaras instaladas nos tabliers dos carros. E foi em parte graças a estes vídeos que foi possível reconstituir a sequência de eventos assustadores que tiveram lugar naquela gélida manhã de Inverno.
O que se sabe hoje: uma rocha de 12 mil toneladas entrou na atmosfera terrestre a cerca de 70 mil quilómetros por hora; desfez-se a uns 30 quilómetros de altitude, dando origem a uma bola de fogo cerca de 30 vezes mais brilhante do que o Sol, numa explosão de potência equivalente à de 500 mil toneladas de TNT que deixou rastos de poeira incandescente no céu. Um fragmento gigante, com cerca de 650 quilos, atingiu o solo, abrindo um buraco de sete metros de diâmetro no gelo do vizinho lago Chebarkul (de onde foi pescado em Outubro). Foi, ao que tudo indica, o maior meteoro a atingir a Terra desde 1908, quando um corpo celeste se desintegrou sobre Tunguska, uma zona não povoada da Sibéria.
Olga Popova, da Academia russa