a história das relações de genero
História das relações de gênero.
STEARNS, Peter N.
Tradução de Mirna Pinsky.
São Paulo: Contexto, 2007. 251 p.
Apesar dos avanços consideráveis das últimas décadas, a história das relações de gênero ainda é um tema em construção. Por certo, já houve notável desenvolvimento do estudo da temática em pouco tempo, mas a consolidação desse campo de estudos ainda é muito recente. Como indica Carla Bassanezi
Pinsky na apresentação dessa sugestiva obra de
Peter Stearns, falar “em gênero é uma forma de enfatizar o caráter social e, portanto, histórico, das concepções baseadas nas percepções das diferenças sexuais” (p. 11, grifo da autora), profundamente arraigada num domínio masculino milenar, cuja dissolução total ainda não é um horizonte claramente perceptível em curto prazo. Não é por acaso, portanto, que esse livro trata “de interações entre definições de masculino e feminino, e dos papéis designados para homens e mulheres, de um lado, e dos encontros entre culturas diferentes, de outro”, em especial, focalizando “essas interações, enfatiza dois tópicos mais agudos na pesquisa histórica das últimas décadas e os leva a se relacionar no campo da história mundial” (p. 15).
Por esse motivo, o autor propõe analisar o tema por meio de sua compreensão em diferentes lugares, culturas e temporalidades, de modo a inseri-lo no próprio movimento da história mundial. Para isso, não se limita apenas a demonstrar os padrões de sociabilidade e o estabelecimento de relações de gênero no
Ocidente, mas tenta comparar esses padrões com outros do Oriente. Assim, preocupa-se em contar “uma série de histórias sobre as formas pelas quais os valores de gênero e os contatos culturais interagiram, como parte do material da história mundial, desde que os registros tornaramse suficientemente abundantes para explorar esse assunto” (p. 19). Também por isso o texto é mais panorâmico do que