A história da leitura no mundo ocidental

INTRODUÇÃO

A história da leitura no mundo ocidental foi construída ao longo de um demorado processo histórico em que os homens acostumaram-se com uma nova forma de pensar e transmitir o conhecimento (Manguel, 1997; Chartier, 1998). A leitura transformou-se em uma atividade social e a sociedade passou a entendê-la como signo de prestígio, de distinção entre os letrados e os iletrados.
O ato de ler tornou-se ao longo da história um processo dinâmico no qual leitor e autor interagem mediados pelo texto. Quando alguém lê, tem a possibilidade de inferir dados e situações, refletindo após o ato de ler.
Através da leitura, o leitor pode entrar no texto, colocando-se no lugar do personagem, identificando-se com ele. À medida que a leitura acontece, o leitor pode analisar o que é provável e deixar de lado aquilo que é improvável, favorecendo desta maneira à compreensão do texto. O leitor dá sentido ao texto; pois, a partir de suas experiências de vida, da sua visão de mundo, ele estabelece várias relações intertextuais, completando assim os vazios deixados pelo autor. Pela leitura há uma interação entre autor e leitor que promovem uma conversa sobre um tema e completam-se a partir de suas experiências. Deste modo, o autor e leitor tornam-se cúmplices: um precisa do outro para que haja a concretização do ato de ler.
Quando estamos conversando, muitos elementos estão envolvidos nesse ato; pois, além das palavras que articulamos, usamos a gesticulação, a expressão fisionômica, entonação da voz, repetições, perguntas que entre o texto escrito e o leitor é diferente daquela estabelecida entre pessoas que estão envolvidas numa situação de fala, ou seja, de pessoas que estão conversando.
No ato de ler, o leitor se depara com as palavras que foram escritas por alguém que não está presente; sendo assim o leitor não pode completar informações, provando que o texto também age sobre o sistema cognitivo do leitor que, quando realiza a leitura, deverá completar o texto acrescentando