A história da educação na antiguidade
Por pesquisadora convidada Valéria Albuquerque
Não podemos falar da Educação sem antes remontar os aspectos que envolvem a origem da ação de educar, centrada na pedagogia. E da teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política.
Falar do início de práticas ou manifestações educacionais verificadas na antiguidade é falar dos gregos. A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação.
De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral, corpo e espírito, mesmo que de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar.
Nos primeiros tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. As famílias gregas mais abastadas e conseqüentemente mais poderosas entregavam seus filhos a tutores, que eram responsáveis pelo ensino da oratória, do cálculo, da filosofia, da poesia. Enquanto as meninas recebiam educação apenas de suas mães, e aprendiam somente as lições do lar, para que se tornassem boas mães e esposas.
Apenas com o advento das poleis (πολεις)[1] começaram a aparecer as primeiras escolas, visando atender a demanda. As explicações predominantemente religiosas foram substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. Surge a necessidade de elaborar teoricamente o ideal da formação, não do herói, submetido ao destino, mas do cidadão.
O cidadão não será mais o depositário do saber da comunidade, mas aquele que