A história ambiental
"Lucien Febvre costumava dizer: 'a história é o homem'. Eu, por outro lado, digo: a história é o homem e tudo mais. Tudo é história: solo, clima, movimentos geológicos."
(Fernand Braudel apud Moore, 2003, p.431)
A HISTÓRIA AMBIENTAL, como campo historiográfico consciente de si mesmo e crescentemente institucionalizado na academia de diferentes países, começou a estruturar-se no início da década de 1970. A primeira sociedade científica voltada para esse tipo de investigação, a American Society for Environmental Histoy, foi criada em 1977. A publicação de análises substantivamente histórico-ambientais, no entanto, algo bem diferente da simples proposição de influências naturais na história humana, já vinha se delineando desde a primeira metade do século XX e, em certa medida, desde o século XIX. Para refletir sobre a gênese e evolução desse campo de conhecimento, é preciso levar em conta fatores sociológicos e epistemológicos.
Há três níveis em que a nova história funciona, três conjuntos de questões que enfrenta, a saber, três grupos de perguntas que procura responder: o primeiro trata do entendimento da natureza propriamente dita, tal como se organizou e funcionou no passado, incluindo aspectos orgânicos e inorgânicos da natureza, inclusive o organismo humano; o segundo introduz o domínio sócio-econômico na medida em que este interage com o meio ambiente.Relações sociais oriundas do trabalho,diversos modos que os povos criaram de produzir bens a partir dos recursos naturais e por fim, a interação mais inteligível e exclusivamente humano, puramente mental e intelectual, no qual percepções, valores éticos, leis, mitos e outras estruturas de siginificação se tomam parte do diálogo de um indivíduo ou de um grupo com a natureza.
Há um consenso de que " natureza" designa o mundo não humano, o mundo que nós não criamos originalmente, O " ambiente social ", o cenário no qual os humanos interagem uns com os outros