A gênese da literatura infantil e juvenil
Do ponto de vista categórico, o conceito de criança surge, em meados do século XVIII, a partir da produção literária destinada para esse leitor.
Anteriormente à fundação das escolas burguesas, no século XVII, não existia a percepção da necessidade de diferenciação para o desenvolvimento, nem uma literatura específica destinada aos pequenos adultos que cotidianamente compartilhava os temas da vida adulta com todas as pessoas daquele período.
Não temos notícias da existência de um conceito formulado para esse período formador do desenvolvimento humano, que requerem tantos cuidados especiais, conforme afirmam estudos da atualidade, sobre desenvolvimento físico e cognitivo desta fase da vida, entre as várias ciências até então desenvolvidas.
Principal implicação da ausência do próprio conceito de infância naquele período é a também ausência, ou impossibilidade de detecção, de uma literatura especificamente destinada ao público infantil.
O imaginário e os valores populares depositados na forma de contos tradicionais (que formaram a literatura infantil) sobreviviam através de artifícios da comunicação oral de contadores de histórias, jograis e menestréis acomodados numa dinâmica de vida comunitária e coletiva prevalecente na época, em contraponto à vida privada e individualista.
A partir do século XVII tais “jogos de aprendizado” embutidos nas formas de transmissão dos contos tradicionais, e que anteriormente não se dirigiam a nenhuma faixa etária específica, juntamente com gravuras, adivinhas, rimas e jogos de palavras foram alguns dos artifícios de linguagem reaproveitados para dirigir-se ao público infantil com o objetivo de instruí-lo.
De origem oriental, temos notícias de varias narrativas medievais arcaicas difundidas no ocidente (Europa) e posteriormente em colônias americanas, se transformando na literatura folclórica e finalmente na literatura infantil. Um exemplo disto é o conto intitulado