A guerra dos canudos
Canudos surgiu ainda no século XVIII como um arraial nos arredores da Fazenda Canudos, localizada às margens do rio Vaza-Barris. Logo constituiu-se em uma pequena aldeia no nordeste brasileiro. Seu crescimento se mostrou notável com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893, quando passou a contar com cerce de 25 mil habitantes. Antônio Conselheiro era o apelido do homem de nome Antônio Vicente Mendes Maciel, um cearense proveniente de uma família tradicional que era comerciante, professor e advogado prático nos sertões. Quando sua esposa o abandonou, sua vida mudou por completo. Ao ficar só, passou a vagar pelos sertões durante 25 anos de sua vida. Tornou-se um homem respeitado por suas convicções, o que atraiu milhares de seguidores. Quando a República foi proclamada no Brasil, defendeu que tal modo de governo era uma materialização do reino anticristão na Terra e que isso demonstrava a proximidade do fim do mundo.
A chegada de Antônio Conselheiro em Canudos, em 1893, logo o tornou líder do arraial que ganhou significativo incremento populacional. O local foi rebatizado pelo novo líder como Belo Monte e o local ganhou certa independência. Esta independência incomodou profundamente a imprensa, o clero e os latifundiários da região. Além disso, o crescente fluxo de pessoal para o local, levando valores financeiros e ideológicos para o local também pesaram sobremaneira no desagrado. Assim, os opositores de Antônio Conselheiro criaram uma imagem através da imprensa de um líder monarquista, um homem perigoso que servia interesses internacionais enquanto tentava resgatar o antigo regime no Brasil. Rapidamente a opinião pública foi manipulada em favor da imagem construída, preparando o terreno para um combate direto contra os habitantes de Canudos.
O governo republicano estava muito incomodado com as ideias que vinham sendo propagadas por Antônio Conselheiro e, além de construir uma imagem negativa do líder de Canudos, desejava encerrar