A Guerra Civil Na França
A Comuna de Paris foi a primeira experiência na história de um governo operário, sob bases econômicas cooperativistas, sob os signos do igualitarismo e do laicismo. Durou 72 dias: o governo operário na capital francesa vai de 26 de março até 28 de maio de 1871. Desde a 1ª Internacional (Associação Internacional dos Trabalhadores), Marx atua em prol da Comuna de Paris, objeto das maiores calúnias pelos jornalões burgueses europeus.
“Que é a Comuna, essa esfinge tão atordoante para o espírito burguês”?, pergunta-se Marx em 1871, quando redige o folheto “Guerra Civil na França”. O documento esclarece o leitor acerca dos acontecimentos de Paris sob um ponto de vista não burguês, elucidando a luta de classes que perpassa a guerra franco-prussiana e tem como principal vítima o proletariado francês.
Thieres, líder dos capituladores instalados em Versalhes, estabelece uma paz com a Prússia cujos termos envolviam o esmagamento da Comuna de Paris. Os traidores da republica social parisiense abandonaram estrategicamente canhões e armas que seriam utilizados pelas forças armadas prussianas para atacar a Comuna. Por suposto aquela “esfinge” já era motivo de temor por toda burguesia europeia e a capitulação francesa envolvia e perpassava pelo massacre daquela experiência, denunciando o caráter classista daquela luta.
A guerra franco-prussiana inicia-se em 1870: claramente, a França subestimava de início o poderio militar prussiano. Na verdade as hostilidades entre franceses e alemães remetem às guerras napoleônicas, cujo final foi o exílio de Napoleão em Elba e a vitória da Santa Aliança, da reação monárquica sobre a República. Após a ascensão de Napoleão III (sobrinho de Napoleão I), por meio de um golpe de Estado, a França consolidaria o Segundo Império, cuja vida seria breve e se encerraria com a derrota dos franceses na guerra franco-prussiana.
A capitulação oficial de Paris foi conduzida por Thiers em fevereiro de 1971. Entretanto, a