A gravura no brasil
A gravura é uma técnica intimista que exige tempo e dedicação; a beleza de suas imagens revela-se lentamente, como um pequeno universo que aos poucos nos invade e seduz. "Pierrot", 1914, Gravura em Metal. Carlos Oswald. a gravura moderna surge na década de 20, através da via expressionista, com as obras de Lasar Segall e, posteriormente, de Oswaldo Goeldi. Segall sempre pautou seu tema em torno da figura humana. Sempre comprometido com o drama da existência humana, realizou imagens contundentes e de grande força trágica. Goeldi, por outro lado, invadiu a angústia intrínseca do ser humano. Nos anos 30, uma época de grande turbulência política, tanto nacional quanto internacional, a gravura caracteriza-se como principal técnica para os artistas interessados na veiculação de imagens denunciadoras da opressão.
Num país sem tradição visual como o Brasil, a gravura foi e é de extrema importância: ela aproxima a literatura das artes plásticas, ela recusa essa espécie de pedantismo pseudo-intelectualizado que faz da arte prisioneira das teorias filosóficas e a recoloca na vida diária e cotidiana das pessoas. A gravura fala da gravura, fala da arte, mas não se envergonha de falar sobre o seu país, sobre o homem, sobre a realidade. A gravura é a arte da luta. A presença de artistas estrangeiros, em especial da alemã Kate Kollwitz, acaba por definir o perfil estético e conceitual da gravura moderna brasileira.
A explosão da Segunda Guerra Mundial fez chegar ao Brasil diversos artistas que aqui buscavam refúgio das perseguições raciais e políticas. No âmbito da gravura destaca-se o nome de Axl Lescoschek que realizou inúmeras ilustrações, conforme anota Roberto Pontual No Brasil, a burguesia dá início a um processo de modernização do circuito artístico. A criação dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro é fundamental nesse processo. Através deles e da Bienal de São Paulo, cuja inauguração em