A globalização
1. A imagem da globalização
2. Etapas da globalização económica
3. As empresas multinacionais: motores da globalização
4. Quem governa a globalização? O papel dos Estados
5. Globalização e auto-regulação da iniciativa privada.
6. Acompanhamento democrático: movimentações de cidadania 1. a imagem da globalização O termo globalização é um dos muitos que circulam para indicar as actividades e organizações que ultrapassam a escala do Estado soberano. A proliferação do uso do termo é um indicador - mas também um bloqueio - da procura de novas vias para compreender os fenómenos mais marcantes nas relações internacionais actuais: a partilha de soberania, o multilateralismo e a criação de poliarquias. O termo parece apropriado para indicar uma característica básica da mudança em curso nas práticas e nas normas da comunidade internacional, iniciada durante a 2ª Guerra Mundial mas actualmente muito acelerada. Se o sistema internacional se centrava antes, exclusivamente, nos Estados com jurisdição sobre um determinado território e população, passou a estar “globalizado” na medida em que surgiram novos actores, públicos e privados, que operam à escala do planeta. Alguma modéstia e humildade, contudo, são imperativas, nestas análises à escala planetária onde só uma abordagem multidimensional e multidisciplinar, recorrendo a vários tipos de evidência e de metodologias, poderá lançar luz. Em particular, é necessária uma abordagem que ligue as preocupações éticas e as económicas, pois é a diferenciação entre estudo dos meios e estudo dos fins da acção humana - não a eliminação de qualquer deles - que permite a uma análise ter relevância teórica.
O uso do termo ‘globalização’ coloca tantos problemas quantos os que ajuda a resolver. A globalização económica consiste na criação de um único mercado mundial integrado em que bens e capitais fluem sem barreiras, de acordo com as vantagens comparativas que