A globalização contemporânea
“A globalização Contemporânea” - um dos capítulos da primeira parte do livro Espaços de Esperança, de David Harvey – desenvolve uma fecunda reflexão sobre as significações do termo globalização na atualidade. Mais que uma análise histórica do processo, o autor propõe-se a pensar criticamente as condições que a geraram, a quem ela interessa, seu funcionamento e contradições, para afirmar que é somente a partir da consciência sobre seu caráter opressor e destrutivo que a construção de alternativas pode emergir. Nesse capítulo Harvey abordará a idéia de que globalização contemporânea é um desdobramento de um mesmo processo de produção capitalista do espaço. Tratará também das implicações teóricas e políticas da ascensão do conceito de “globalização”. Sendo assim haveriam dois conjuntos gerais de questões a revelar grandes mudanças políticas nos discursos (não nas realidades) ocidentais: 1 - Por que a palavra ‘globalização’ entrou recentemente em nossos discursos da maneira como o fez? Quem a introduziu neles, por que e através de que projeto político? 2 - Como o conceito de globalização tem sido usado politicamente? Terá a adoção do termo indicado uma confissão de impotência da parte de movimentos nacionais, regionais e locais da classe trabalhadora ou de outros movimentos anti-capitalistas? Terá a forma de solidariedade até então representada pela nação-Estado se ‘esvaziado’ como alegam hoje alguns?
A globalização como processo
Há várias abordagens do termo 'globalização' que coexistem e não se anulam entre si. Há a interpretação de globalização como processo, como condição ou como projeto político. O entendimento de globalização como processo, por exemplo, impede que a consideremos como uma situação permanente ou constante, podendo ela entrar em um estágio radicalmente novo ou chegar a seu final. Ela não é natural, não surgiu sem que alguém a promovesse, devendo ser analisado “como”