A gestação do espaço psicológico no século xix
Podemos pensar o liberalismo como liberdade e igualdade entre os homens e a separação público/privado. Já o romantismo é a liberdade de desenvolvimento das potencialidades e das personalidades. Uma fecundidade da vida coletiva, nacionalismo, exaltação dos sentimentos e subjetividade, retratando a realidade interior. Regime disciplinar nos leva a identidades manipuláveis, debilmente estruturadas, controladas e individualizadas. Controle da vida e do corpo, disciplina e centralização administrativa. Saberes filosóficos, científicos e diversos outros dispositivos foram mobilizados para definir uma natureza e uma identidade humana, mas ao perder o posto que ocupava no centro do universo, o homem fica sob o império sem regras e sem limites do próprio desejo. O “psicológico” começa a ser inventado. Experiências fundamentalmente subjetivas e individuais passaram a ser elementos de cogitação e conhecimento. Bentham, filósofo e jurista inglês, junto com Stuart Mills, difundiu o utilitarismo, teoria ética que responde todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e de como viver em função da maximização da utilidade e da felicidade. Afirma que os homens são sensíveis às consequências do que fazem, afirma que: “ A natureza colocou gênero humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer. Somente a eles compete apontar o que devemos fazer bem como determinar o que na realidade faremos”.Ou seja, as leis devem ser elaboradas de forma a programar castigos e recompensas. Skinner, no século XX, vem desenvolver as teorias de Bentham na sua “engenharia comportamental”. “Você não pode impor felicidade. Você não pode em última instância, impor coisa alguma. Nós não usamos força! Tudo que precisamos é engenharia comportamental adequada”. (Skinner,1948). O termo cunhado por Skinner não pegou. Stuart Mills falava que