A GESTALT
Para Santos (1982, p.13), a Gestalt-terapia é o que poderíamos chamar de uma abordagem centrada no contexto pessoal, pois é importante para a Gestalt-terapia a pessoa que tem um problema, muito mais que o problema que a pessoa tem. Pode caracterizar como gestalt´terapia de curta duração, quero antes, deter-me em delimitar um pouco mais claramente o conceito de psicoterapia.
A tratar-se do encontro de duas pessoas, o terapeuta e o cliente, com o propósito de compreender a vida vivida do cliente visando facilitar a recuperação da qualidade de contato. Antes de tudo, a psicoterapia é um procedimento dialético e dialógico, é um processo de diálogo entre interlocutores comprometidos profundamente com a busca da melhor configuração para uma dessas pessoas, o cliente. O terapeuta tem de sair de seu anonimato e colocar a si mesmo, reciprocamente àquilo que exige do cliente.
O funcionamento saudável como a possibilidade de a pessoa viver um fluxo ritmado e energizado de awareness e de formação figural por meio do qual possa interagir criativamente consigo e com seu meio, utilizando-se ao máximo de seus recursos internos e dos recursos do ambiente. No dizer de Perls, Hefferline e Goodman (p. 107), a pessoa sadia é aquela que se apossa plenamente do “direito de sentir-se em c asa no mundo”, com a responsabilidade que é a contraparte desse direito.
A psicoterapia é um processo aventuresco tanto para o terapeuta quanto para o cliente. Para a terapia, a aventura maior é poder compartilhar da mais profunda intimidade com o outro, é poder viver uma relação fundamentalmente baseada na confiança, uma relação na qual o papel do terapeuta é bastante delimitado. Para o cliente, o risco da psicoterapia é connhecer-se mais profundamente e, por isso e para isso, experimentar novos sentimentos, novos comportamentos, o incremente e o apossamento da autonomia e da liberdade. Ao terapeuta cabe apontar as pontes e os caminhos, os abismos e as