A geração da selfie
No próximo domingo, 26, rola o segundo turno das Eleições em 13 estados e no Distrito Federal. Você deve se lembrar de que, durante a primeira etapa do processo eleitoral, algumas pessoas, contaminadas pelo vírus "Selfie", fizeram autorretratos em plena urna e, para piorar, postaram as imagens nas redes sociais. Com direito à hashtag e tudo! Para quem encara a atitude como algo divertido ou como forma de protesto, fica a dica: as #selfiesdovoto podem render prisão de até dois anos e multas de R$ 16 mil. Será que vale a pena?
A questão é que essa não é a pergunta correta a fazer. "'Por que eu estou postando essa foto? Ela significa alguma coisa para mim ou estou apenas postando-a de forma manual e impensada?' Esses são alguns questionamentos que todos deveriam levantar antes de publicar e/ou tirar uma selfie", afirma o Dr. Elídio Almeida, psicólogo e especialista em análise comportamental. A tecnologia nos transformou em reféns da necessidade que sentimos de alimentar diariamente, com pelo menos uma foto, as redes sociais. O fato de muitos jovens ficarem famosos através do Instagram também reforça esse comportamento. Mas até que ponto essa exposição é saudável?
"A necessidade de se expor nas redes acaba desviando nosso foco. Antigamente, as pessoas registravam os momentos da vida na memória. Hoje, parece que não existe lembrança se uma foto não é postada nas redes, para todo mundo ver", analisa Elídio, que ainda completa: "as pessoas estão perdendo a credibilidade da fala". A exposição nas redes é, muitas vezes, a principal causa do vazio interior que muitos adolescentes se queixam de sentir. Será que a selfie perfeita é aquela que mostra a realidade da forma mais natural possível ou a que mascara os fatos para torná-los mais divertidos, lúdicos e empolgantes?
A sociedade é muito severa e é preciso pensar duas vezes antes de floodar a timeline com selfies ou belfies (foto do bumbum,