Era uma linda manhã. Linda, até eu me lembrar que teria prova naquele dia. E para piorar, de matemática. Verifiquei duas vezes para ter certeza de que não esqueceria nada. Lápis, canetas, borracha, tudo certo. Meu coração quase parou quando vi que faltava cinco minutos para a prova começar e eu ainda estava em casa. “Nenhum atraso será permitido.” A frase do diretor ecoou em minha cabeça. Num impulso, peguei minha bolsa, nem me preocupei em avisar que estava saindo e comecei a correr até a escola, que não era tão perto assim, mas pegar um ônibus só iria me atrasar mais ainda. Árvores, carros, pessoas passavam por mim como um borrão. Meus cabelos lutavam contra o vento. Eu apenas continuava correndo. “Psiu.” Ouvi alguém me chamar, mas eu não poderia parar, então ignorei e continuei correndo. “Psiu!” Dessa vez fora mais alto. Ignorei novamente. - Quer... Fazer... O favor... De parar! – Algo havia agarrado meu pé, fazendo com que eu caísse na calçada. Fiquei ali, caída por um momento. Sentia a ardência em minhas mãos e cotovelos. Então ouvi uma voz masculina: - Olá! – Abri os olhos lentamente. Gritei ao ver que havia um sapo tão perto do meu rosto. Se tem um animal que eu não gosto, é o sapo. São feios, verdes e estranhos. Mas esse parecia ser diferente. Apertei meus olhos para ver se o que eu estava vendo era certo. Ele estava... Sorrindo. - Finalmente você parou. Coisinha linda tenho que dizer que você corre pra caramba, quase não consegui te acompanhar. – Ele falou. O sapo falou. Eu devia estar alucinando. Fechei os olhos e balancei a cabeça. – Você está bem? – ouvi ele perguntar. Eu podia sentir que ele estava me encarando. Então respirei fundo e o encarei. O sapo realmente estava lá, olhando para mim. Seus olhos pareciam preocupados. - Você está falando comigo? – perguntei incrédula. - Você esta vendo mais alguém por aqui?! – O sapo falou como se fosse a cosia mais óbvia do mundo. Olhei ao redor e naquele momento a rua parecia estranhamente