A fotografia como ferramenta antropológica
O desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas relacionadas à área em questão foram trazendo uma nova visão sobre o assunto. A possibilidade de manipular imagens e distorcer realidades, aliada a sua natureza de representação do real provou que a fotografia se encaixaria com uma das mais belas e complexas artes e também possibilitou o seu uso como ferramenta de pesquisa antropológica.
Ao longo da história da fotografia alguns estudiosos se dedicaram a perceber e analisar como se dá o processo de criação para que os resultados possam ser mais bem aproveitados como material de pesquisa na área da antropologia. Kossoy (1999), buscando “identificar os componentes estruturais de uma fotografia”, lista os componentes que podem torná-la material existente no mundo, que seriam:
“... o assunto que é o objeto de registro, a tecnologia que viabiliza tecnicamente o registro e o fotógrafo, o autor quem, motivado por razões de ordem pessoal e/ou profissional, a idealiza e elabora através de um complexo processo cultural/estético/técnico, processo este que configura a expressão fotográfica.” (KOSSOY, 1999, p. 25 e 26).
A partir da identificação destes componentes podemos notar que a composição de uma fotografia não leva em conta apenas o material tecnológico e o objeto a ser registrado, mas também envolve a bagagem de vida do autor, tendo de ser levada em consideração sua vivência e a cultura na qual ele está inserido. Estas nuanças da