A formação de professores através da educação inclusiva
Katiuscia C. Vargas Antunes
Rosana Glat
“A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência”.
(NÓVOA, p. 25, 1991)
A perspectiva da inclusão escolar presente no contexto educacional do Brasil, vem suscitando muitos questionamentos sobre a formação de professores, seja esta voltada à formação do professor especialista em Educação Especial, seja à formação do professor chamado generalista. Conforme apontado por (MENDES, 2009; GARCIA 2009; GLAT e PLETSCH, 2010) a precária qualificação dos profissionais da Educação para lidar com a diversidade tem representado uma barreira para o êxito do processo de inclusão de alunos com deficiência e outras necessidades especiais na escola regular.
Um dos questionamentos que envolvem a formação de professores no Brasil refere-se ao modelo de formação seria mais adequado ao contexto da Educação Inclusiva. Nesse sentido nos apoiamos nas idéias de Bueno (1999 e 2001) quando propõe a formação de dois tipos de profissionais: 1) os “professores generalistas”, que seriam responsáveis pelas classes regulares e capacitados com um mínimo de conhecimento e prática sobre a diversidade do alunado e 2) os “professores especialistas”, formados para lidar com diferentes necessidades educacionais especiais e responsáveis por dar suporte, orientação e capacitação aos professores do ensino regular ou para atuar diretamente com alunos em classes especiais, salas de recursos, etc. (BUENO, 1999 e 2001; GLAT, 2000; GLAT e PLETSCH, 2004).
1 Publicado em: PLETSCH, M. D. & DAMASCENO, A. (Org.). Educação Especial e Inclusão Escolar: reflexões sobre o fazer pedagógico. Seropédica: Edur/UFRRJ, p. 188-201,