No nosso cotidiano sempre escutamos ou fazemos uso de palavras descontextualizadas dos seus significados originais. Assim, na vulgaridade do emprego, esses termos ganham diversas acepções que representam o distanciamento da autenticidade do quê realmente significam. Por exemplo: “aqui praticamos a pedagogia do silêncio”; “aqui praticamos a política do silêncio”; “aqui praticamos a crença do silêncio”. Nota-se que as palavras “pedagogia”, “política” e “crença” estão fora dos seus contextos originais. Igualmente, distantes quando vistas nas seguintes expressões: “a nossa política é a dos juros baixos”; “o banco desenvolve a pedagogia dos juros baixos”; “a nossa maior crença é a prática dos juros baixos”. O mesmo acontece com o uso da palavra filosofia, talvez numa trivialidade maior do que as palavras citadas. A todo o momento escutamos alguém falar em “filosofia do silêncio”, “filosofia dos juros baixos”, “filosofia de não agressão”, “filosofia de vida”, “filosofia de jogo”, “filosofia da fidelidade conjugal”, “filosofia tibetana”. No entanto, caso alguém nos perguntasse o que é pedagogia, política e crença não encontraríamos grandes dificuldades para conceituá-las no respeito das suas singularidades. Caso não tivéssemos as respostas de imediato, bastaria consultar um bom dicionário. Mas se alguém nos indagasse sobre o que é filosofia, com certeza, encontraríamos grandes obstáculos para responder. E correríamos o risco de não termos sucesso nessa empreitada. Os leigos não são os únicos que encontram dificuldades para responder essa questão, até mesmo os que nela estão inseridos não conseguem chegar a um acordo sobre o que é a filosofia. Contudo, os filósofos concordam que é a filosofia, pela sua natureza, diferencia-se do senso comum, do conhecimento cientifico e do teológico. Mas dizer que é diferente, não responde o que é a filosofia.
Numa analogia, vamos refletir sobre a seguinte exposição: Em um auditório, encontravam-se vinte mulheres que atenderam uma