A filosofia e a religião
ITG – Instituto Teológico Gamaliel
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Mestrado em Teologia
ITG – Instituto Teológico Gamaliel
I. INTRODUÇÃO
A filosofia, de uns tempos para cá, viu-se na necessidade de estudar o fato religioso. Com o advento da filosofia imanentista, a transcendência ao absoluto que sempre foi admitida como uma realidade natural no homem, começa a ser questionada. Surgem diferentes posicionamentos a seu respeito: desde a sua negação por completo, como à sua absolutização, chegando-se a afirmar que é um fato evidente, inquestionável. Infelizmente, até o presente momento, fez-se pouca filosofia sobre a religiosidade. Os livros que se encontram a este respeito, são de caráter muito mais sociológico do que filosófico. Este estudo pretende ir um pouco mais além, tentando responder perguntas como estas: possui a religiosidade um fundamento antropológico, mais ainda, metafísico Se há um fundamento na natureza humana, porque muitos homens não são religiosos? A religiosidade é um sentimento ou é mais do que isto? É de capital importância encontrar respostas a estas perguntas, para que a nossa fé seja mais sólida e não dependa apenas da cultura em que vivemos ou de um bom senso sem explicação, facilmente atacado por aqueles que se empenham em excluir Deus da sua vida.
1. A Filosofia da religião na história da filosofia
Verifica-se que a religião constitui uma das dimensões centrais da existência humana: a mais básica e distintiva do ser humano. Assim, foi objeto de reflexão desde os primórdios da filosofia, sendo que, a partir do século XVII começa a surgir uma postura crítica, que subsiste ainda, mas que pouco a pouco vai sendo desmistificada com os estudos mais recentes sobre as origens e bases do fenômeno religioso: a) Filosofia Grega (séculos V-IV a.C.) Numa sociedade politeísta, com sua mitologia decantada em poemas épicos, concebe um Ser Superior e imutável como origem e ordenador do Universo, substituindo as explicações mitológicas por