A Filosofia social, a responsabilidade social do filósofo
André Berten conceitua paradigma como o conjunto de crenças e valores que foram definidos por aqueles que praticam a atividade científica como tal.
O autor afirma que o conceito de racionalidade evoluiu passando de uma concepção de que a razão não existe, para a concepção de que a razão é uma maneira de definir certa relação com a realidade. Um novo paradigma que propõe a desordem como sendo primeira, geral e normal e a ordem como uma emergência localizada, vem em sobreposição a ciência clássica que era centrada na análise de leis em um universo ordenado.
A ciência clássica permite um saber que converge para um conhecimento objetivo do universo. Compreende a história da humanidade como história de um progresso que se mede pelo desenvolvimento ordenado do saber científico e visa a formular um discurso e a elaborar um método que permitem obter um conhecimento rigoroso, sistemático e explicativo da realidade.
David Hume e Immanuel Kant contribuíram de forma marcante na questão do conhecimento e do discurso científico.
Hume : distinção entre “ser” e o “dever-ser”, ou entre os fatos e os valores. Para ele o “dever-ser” era representado pelos valores, pela moral sendo irracional, subjetivo e emocional. Sua obra demarcou a separação entre ciência e não ciência. Kant : distinção entre “fenômenos” e “coisas em si”, ou seja não conhecemos o mundo, mas como ele nos aparece. Não podemos jamais definir o que as coisas são nelas mesmas para além dos fenômenos. A partir desse discurso a categoria de “verdade” deslocou-se para a categoria de “inter-subjetividade”. A questão ontológica de nosso conhecimento desapareceu da ciência. As leis se tornaram hipóteses.
Para Kant, e levando-se em conta que é impossível atingir a objetividade do conhecimento, passamos a nos