A filosofia de Montaigne
Admirador dos diferentes hábitos e costumes, tinha o gosto por ler registros de viagens das grandes navegações para que por meio dos relatos pudesse conhecer mais sobre os costumes dos povos do Novo Mundo, um deles o Brasil que estava no início de sua exploração. Preferia ler os relatos de homens considerados mais simples, considerava que homens letrados deixavam sobressair o seus hábitos e costumes culturais durante os relatos.
Seu projeto filosófico era o da crítica cultural, sua primeira análise foi realizada após a leitura de relatos a respeito dos povos Tupinambás. Tal povo habitava a região costeira brasileira e possuía hábitos canibais. Ao analisa-los, observou seus costumes comparando-os com a carnificina que acontecia na Europa durante a Reforma Protestante. No discorrer de sua crítica mostrou que o ato de comer carne humana cozida não podia ser considerado mais desumano que esquartejar pessoas vivas durante a guerra.
Considerava a cultura europeia escrava de costumes e hábitos, e afirmava que todos eram bárbaros condicionados à estes. Deixavam de lado a diversidade humana, e ao observar povos que possuíam práticas e valores diferentes, sentiam-se livres para julgar, visto que levavam o seu estilo de vida como ponto de partida para análise, como se todos devessem agir igualmente.
Não acreditava na afirmação de que a racionalidade levasse a realização humana, opondo-se ao pensamento que era característico da época. Preferia acreditar que a razão era a grande causadora dos problemas humanos, e que pensar conduzia a problemas tais como distúrbios alimentares e